Mais uma semana agitada. Vamos começar com o mais sério a médio prazo. O que já comentei em redes sociais, e que até a Globo começa a mudar de posição, é que Bolsonaro está em sério risco de sofrer um impeachment. Claro que o processo não é imediato, mas as vozes em favor do impedimento crescem por todo o país, e alcança até aliados de primeira hora do Capitão. Como este não dá a menor mostra de mudar de rumo, e segue falando para uma parte minoritária da população, o processo deve se acirrar nos próximos meses, até porque a economia não dará nenhum sinal de recuperação.
A direita se mobiliza para pressionar o presidente da OAB a renunciar, em apoio a Bolsonaro. Em compensação outro tanto de advogados apoia Felipe Santa Cruz. Isso mostra que o país ainda está dividido, e que isso precisa acabar. Não será Bolsonaro quem irá reunificar o país. Ao contrário, ele apenas trabalha para agudizar esta situação.
Já a ABI reaparece no cenário político depois de muito tempo adormecida. Logo ela, que foi importantíssima na luta pela redemocratização, e que inacreditavelmente optou por se afastar da luta democrática, que no final das contas é diária. Por isso o ato de apoio a Glenn Greenwald é importante, porque marca um retorno da ABI à luta pelos grandes temas.
E como apenas uma polêmica não é suficiente nesse governo, terminamos a semana com as discussões sobre Lava-jato, Vaza-jato, Moro e Dallagnol. Começou com a inclusão de membros do STF em reuniões nada Republicanas com empresas financeiras, mas rapidamente evoluiu para as acusações a Dallagnol, que além de também participar nessas reuniões, ainda investigou Dias Toffoli ilegalmente. Isso gerou reação do STF, e Luiz Fux (in Fux nóis num trust mais) deu liminar do PDT impedindo a destruição de provas apreendidas com os hackers, e na sequência Alexandre de Moraes requisitou que estes documentos fossem enviados ao STF.
Dallagnol deverá ser afastado e torrado no futuro próximo. Moro também deverá ser queimado, mas irá demorar um pouco mais, afinal de contas, ele comprou briga com uma parte significativa do STF, e por sinal, a mais preparada também.
Mas não se enganem, porque toda essa briga acima ainda não significa retorno ao ritmo democrático normal. Ainda que as forças democráticas comecem a se articular, a grande briga ainda é pelos despojos do golpe de 2016.
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