domingo, 25 de agosto de 2019

Resumo político da semana 19-25/08

Mais uma semana politicamente agitada. Sequestros, queimadas generalizadas, trapalhadas mil, encabeçadas pelo governo federal, mas seguidas de perto, se não já ultrapassando, por alguns governos estaduais.

O Ministro Onyx Lorenzoni forneceu uma lista com pelo menos 16 estatais que estariam sendo privatizadas. Entre elas está os Correios. Não vou entrar nesta discussão, porque acho absolutamente desnecessário lembrar a importância das comunicações e do envio de documentos, não apenas para empresas, mas para muitas pessoas físicas também, e sei muito bem o custo abusivo que as empresas cosumam cobrar pelo envio de algumas folhas de papel.

Mas preciso lembrar que algumas empresas listadas, como a CODESP, e outras companhias docas, é o absurdo dos absurdos. Desde a década de 90 essas ex-empresas deixaram de operar os portos, e funcionam como autoridades portuárias, responsáveis por administrar tão somente os contratos de concessão das áreas privatizadas, e as regras que regem o chamado Porto Público. O que eles querem é privatizar a fiscalização, o que é um absoluto absurdo.

Nosso Presidente voltou a dar mostras da falta de visão, de conhecimentos técnicos, de bom-senso, de impessoalidade administrativa, de visão de Estado, ou mesmo de governo. Isso se evidenciou claramente nos confrontos que busca empreender contra outros governos, notadamente os europeus, nos ataques gratuitos, sem base, e também direcionados a ONGs, e a todos aqueles que se contrapõem a seus devaneios, e até na indicação de seu filho, o Deputado Eduardo Bolsonaro, à Embaixada Brasileira em Washington, fato que se dá por absoluta falta de votos para garantir a aprovação do filho no Senado.

A última de nosso Presidente foi levar um panelaço na cara enquanto fazia um pronunciamento em rede nacional, pedindo um voto de confiança dos brasileiros e da comunidade internacional, e no dia seguinte voltar a atacar todo esse imenso segmento, ao tentar distorcer a realidade em seu favor.

E como sempre terminamos com a Lava jato, em que três pontos merecem destaque: o primeiro é o fato de a Lava jato usar seus contatos com a Receita Federal para ter acesso a dados sigilosos de forma irregular, ilegal, e criminosa, o que eles chamam de informal. Isso foi divulgado logo no início da semana.

O segundo aconteceu no final da semana e foi duplo. A deflagração de mais uma atrapalhada fase da operação que deveria ser combate a corrupção, mas sempre foi claro que era uma operação política a favor de um segmento da sociedade, acumulada de um projeto de poder. Ao mesmo tempo que isso acontecia, crescia o debate das denúncias de que Paulo Guedes e os bancos foram poupados das investigações, e pior, de processos, depois de terem sido delatados e com provas de cometimentos de ilícitos. O responsável? Sérgio Moro e os Procuradores da Lava jato.

O projeto de poder se caracteriza na ideia tresloucada de Deltan Dallagnol, que queria erguer um monumento à operação, que se caracterizaria por três pilares, dois caracterizados pela queda da Justiça e da Política, e o crescimento da própria Lava jato no terceiro.

Agora me diz, um país que deixa que um projeto de poder totalmente ilegal cresça das entranhas das instituições que deveriam proteger a democracia, ao invés de destruí-la, um país que se submete a todos os absurdos que temos visto nos últimos anos, precisa de ajuda externa para se apequenar?



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