Haddad resolveu colocar rótulos em seus adversários políticos, como é de praxe em seu partido neoliberal identitário. Ih, eu também rotulei. Claro, todos nós tendemos a rotular os outros, a dizer se é bom, mau; bonito, feio; legal, chato, e por aí vai. E rotulamos de acordo com nossas respectivas óticas, e interesses.
Foi isso que Haddad fez. E o fez de acordo com sua ótica distorcida neoliberal, vinda dos perdidos anos 90 brasileiros, em que ser esquerda é defender o mercado financeiro, e distribuir esmolas a uma imensa massa miserável e abandonada.
A "massa miserável e abandonada" não está exatamente preocupada com a cor da sua bandeira, nem com suas ideologias filosóficas. Ela está preocupada em conseguir trabalho, emprego, salário, e sair da situação sem esperança em que se encontra, e ainda tem um certo ranço com a esquerda, ainda mais a identitária. Isso é fruto de décadas de propaganda e o aumento da influência das igrejas pentecostais e evangélicas.
Com isso, apesar do debate acalorado nas redes sociais, o que Haddad fez foi se isolar ainda mais com seus grupos anacrônicos, que por sinal, perdem espaço no debate político dia-a-dia.
Ciro Gomes não perde absolutamente nada significativo com essa declaração desastrada de seu adversário político, mas essa declaração abre às portas aos votos de muitos que resistiam ao discurso do líder pedetista devido ao seu passado com o PT, e à propaganda contrária às suas ideias, patrocinada pelos poucos que se beneficiam das políticas neoliberais.
Haddad deu um tiro no pé. Mas tiros no pé é o o que o lulopetismo mais tem dado nos últimos anos, desde a eleição de Dilma Roussef. E apontar esses tiros nos pé virou motivo para deixar de ser respeitado.
Não é verdade ex-Presidenta?
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