segunda-feira, 4 de abril de 2022

É primeiro de abril, mas pode não ser

A última sexta-feira foi 1º de abril, o famoso dia da mentira. Na oportunidade o site foca na estratégia publicou o artigo abaixo, escrito por Orlando Thomé Cordeiro, que começa com a brincadeira que eu transcrevi abaixo, mas depois entra com uma análise muito séria da situação política brasileira, e da despolitizante hegemonia petista, que não se basta sozinho nas urnas, mas que não abre mão de uma liderança no processo por ser o principal.

Ora, tal posicionamento é lógico se você se resolve sozinho, mas sempre que isso não ocorre é necessário estar disposto a, eventualmente, abrir mão do protagonismo em favor daqueles que caminham junto, pelo simples fato de poderem seguir caminhando junto.

Para o PT e Lula abrir mão não está em seu vocabulário, salvo em situações as quais eles considerem secundárias.

Sim, isso faz parte de uma estratégia política, e uma parte considerável das pessoas entende política dessa forma. Acontece que essa é uma estratégia personalista, individualista (no caso do partido voltado a Lula), e nada tem a ver com a figura de estadista que se tenta impor a Lula. 

E é isso que Cordeiro mostra com alguns exemplos na segunda parte de seu texto. A estratégia petista é para o PT, e para Lula, jamais para a nação, algo que se esperaria de um estadista. Ele deu alguns exemplos, mas existem outros, como a derrota eleitoral de 2018, ou a imposição de incompetente Dilma em 2010, etc.

Sugiro entrarem no link abaixo (no título) e lerem o artigo inteiro.

LULA PODE ABRIR MÃO DE CANDIDATURA

Hoje o Brasil foi sacudido por uma notícia bombástica: Lula admitiu abrir mão de sua pré-candidatura para começar a trabalhar em prol da unidade da oposição a Bolsonaro. Em nota divulgada à imprensa ressaltou que “aos 76 anos, depois de refletir bastante, cheguei à conclusão que a defesa da democracia é maior que qualquer projeto eleitoral ou partidário”.

Ao tomarem conhecimento desse surpreendente gesto, Ciro, Doria, Leite, Simone, D’Ávila resolveram procurar o ex-presidente propondo que todos se sentassem à mesa com o objetivo de construírem, em conjunto, uma agenda programática mínima como primeiro passo para a definição de quem disputaria a presidência em nome do grupo, sem veto prévio a ninguém.

Outro que se mostrou muito animado foi Kassab, até porque todas as suas tentativas de emplacar uma pré-candidatura se frustraram, colocando em xeque a fama de bruxo que o acompanha desde que saiu do DEM para fundar o PSD em 2011.

Defensora recorrente da ideia de que um programa deve preceder a escolha de nomes, Marina Silva se colocou à disposição para ajudar no processo.

Roberto Freire, Paulo Hartung e Eduardo Jorge saudaram entusiasticamente a iniciativa por contemplar o que já vinham defendendo há muitos meses.

Cristovam Buarque e Randolfe Rodrigues, que já haviam aderido à pré-campanha do petista, também aplaudiram a decisão de se buscar uma unidade oposicionista.

Os apoiadores de Bolsonaro, igualmente surpreendidos, rapidamente foram às redes sociais para desqualificar o movimento. Numa reação marcada por perplexidade e ódio, começaram a compartilhar imagens e fake news, provavelmente produzidas pela equipe do filho 03, tentando mostrar que os atores acima, além de comunistas, teriam sido beneficiários dos esquemas de corrupção desvendados pela Lava Jato.

Já os psolistas entraram em campo para dizer que Lula estava traindo a classe trabalhadora, sendo acompanhados pelas tendências radicais do PT. E Boulos declarou que vai reavaliar a retomada da disputa pelo governo de SP.

Você acreditou? Desculpe, mas hoje é 1º de abril.

...

Orlando Thomé Cordeiro é consultor em estratégia

Coluna publicada no jornal Correio Braziliense edição de 01/04/2022

Nenhum comentário:

Postar um comentário