segunda-feira, 9 de maio de 2022

Queda brutal no sindicalismo

O gráfico abaixo é estarrecedor para os trabalhadores. Ele mostra o aumento da produtividade, que nem de longe é acompanhado pelo aumento das remunerações dos trabalhadores, mas é acompanhado de uma brutal queda na sindicalização. O gráfico em questão é relativo aos Estados Unidos da América, mas ele, com maiores ou menores índices, pode ser transportado para praticamente todos os países do mundo, incluindo a tão "politizada" Europa, que cada vez mais suplanta os interesses nacionais de seus Estados membros e atua como uma federação.

Todo esse processo não é natural, e tem o óbvio objetivo de propiciar os números abaixo, menor sindicalização (com menor poder de barganha e defesa dos trabalhadores), garantindo mais trabalho (produtividade), com menos salários (se mantém, mas são comidos pela inflação). Isso é conseguido com uma série de medidas do sistema, que vai desde cooptação de líderes sindicais, passando por políticas antisindicais das empresas, e com apoio governamental, que implementa medidas e políticas que enfraquecem o sindicalismo e os direitos dos trabalhadores. A destruição da CLT promovida por Temer é claro exemplo disso.

As novas formas de produção têm levado a aprofundar todo esse processo. Aplicativos de exploração da mão de obra, trabalho remoto, a chamada pejotização (que transforma empregados em empresas), etc, tornam esse trabalho de organização ainda mais difícil.

Os sindicatos são organizações semi-anacrônicas de organização dos trabalhadores na luta por seus direitos. Isso porque ainda são calcados em valores que estão desatualizados nos tempos atuais, tendem a gerar corporativismo, e podem gerar distorções na sociedade dando valor exagerado a determinadas categorias.

Mas ainda não apresentaram nenhuma forma mais eficaz, democrática e moderna que os já mofados sindicatos, então é com eles que os trabalhadores precisam contar para se organizarem e garantirem direitos e melhorias nas condições de trabalho e de vida.




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