Ciro esteve na Fiesp esse ano, e dessa vez não foi vaiado. Parece que mais uma dose forte de neoliberalismo na veia foi suficiente para nossos ilustres empresários entenderem que não existe setor privado eficiente, forte e eficaz sem um Estado que tenha as mesmas características. Um não vive sem o outro. Quanto mais o Estado enfraquece, mais o setor privado também enfraquece, ainda que numa ótica interna e proporcional isso não seja assim.
E isso se explica porque num mundo aberto, em que a concorrência não se faz entre empresas nacionais locais, mas entre empresas que estão sediadas em inúmeros países, algumas premissas são basilares para o setor produtivo privado se desenvolver. A primeira é a existência de um mercado consumidor local forte e amplo.
O segundo é justamente aquilo que o neoliberalismo busca destruir: um Estado Nacional forte e com condições de intervir na economia. Porque é esse Estado Nacional forte que irá praticar uma política salarial e de condições de trabalho que irão garantir o mercado consumidor local. Além disso é o Estado Nacional forte que irá incentivar, através de políticas públicas, as condições do setor privado avançar, já que pesquisa, e outras ações que garantem o progresso e as condições de empreender na ponta da tecnologia são extremamente caras e, ou são realizados em parte diretamente por esse Estado, ou são requisitados por ele da indústria nacional.
Mas eles precisaram ir números na participação da economia nacional compatíveis com o início do Séc. XX para entenderem isso.
Esperamos que agora atuem para conquistar essa atenção do Estado, porque o rentismo e as finanças são apenas parasitas de um Estado que tem cada vez menos condições de manter os ganhos cada vez menores de quem trabalha e produz para esse setor da sociedade.
Na Fiesp, Ciro defende teto salarial para servidores e diz que Congresso é ‘caso de polícia’
Candidato do PDT à presidência da República foi recebido por mais de 300 empresários do setor industrial na capital paulista
O candidato à presidência da República Ciro Gomes (PDT) foi recebido por mais de 300 empresários do setor industrial na sede da Fiesp, na capital paulista. Logo no início da sabatina, o ex-ministro afirmou que o Estado de São Paulo é a grande saída para superar a crise econômica do país. “Se a liderança paulista não compreende isso, o Brasil fica órfão. Não será o meu Ceará que vai liderar a revolução ideológica que precisamos estabelecer no país”, afirmou o político. Ciro também falou sobre a reforma da previdência e defendeu a estipulação de um teto para o funcionalismo público federal para equilibrar as contas do governo.
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