No início de julho o Presidente Jair Bolsonaro mais uma vez fez o Brasil passar vergonha internacional. Em sua live semanal no twitter ele afirmou que tem provas sobre a manipulação das urnas eletrônicas, de que se o pessoal do Comando de Defesa Cibernética do Exército detectar fraude esse trabalho não valerá de nada, e que os bolsonaristas sabem o que fazer.
Bem, vamos a algumas considerações para deixarmos as coisas bem claras:
1- o Comando de Defesa Cibernética do Exército não tem autonomia ou competência para declarar ou deixar de declarar fraude numa eleição. Não é atribuição deles, salvo se os próprios Tribunais Superiores solicitarem que se envolvam numa eventual investigação. Mesmo assim eles podem produzir um laudo, e quem tem o poder de decretar ou não essa fraude são os Tribunais Superiores;
2- Bolsonaro há anos promove e divulga mentiras sobre as urnas eletrônicas, sempre promete provas, e nunca as apresentou. Lembrem-se que "achismo" e conclusões tiradas com premissas erradas não são provas de nada. O maior exemplo é que as urnas podem ser facilmente invadidas pela internet, quando ligadas à mesma. O problema é que as urnas não são ligadas à internet, e nem mesmo os computadores que fazem a apuração o são.
3- O que ele quer dizer com: "os bolsonaristas sabem o que fazer"?
Bem, me parece que o fato mais próximo de que as urnas eletrônicas poderiam ser fraudadas foi a eleição do próprio Jair Bolsonaro à Presidência da República. Dá para entender a Dep. Fed. mas à Presidência não. Como se elege um sujeito desqualificado, despreparado e pernicioso como ele? Mas mesmo isso não é prova de fraude nas urnas.
Mas seria interessante se ele não fosse o Presidente da República, e com esses atos grotescos, que são mais adequados ao submundo do baixíssimo clero do Congresso de onde ele saiu, ele não colocasse o Brasil constantemente como alvo de chacota, desconfiança, e falta de seriedade no cenário internacional. Nem todas as ações insanas que a União Europeia tem tomado contra a Rússia, que se traduzem na forma de auto-sanções, podem ser comparadas aos ataques diretos que um Presidente faz a seu país, suas instituições, e à posição frágil e grotesca que ele o coloca no âmbito internacional.
Se os bolsonaristas sabem o que fazer seria bom que eles compartilhassem esse saber conosco, pobres mortais, que não temos tal conhecimento superior. Até porque não há o que fazer contra algo que não existe.
Mas o que existe é gente que ainda cai num discurso mentiroso e sem base desses.
Bolsonaro convoca embaixadores estrangeiros para criticar urnas
Em live, presidente afirma que não quer repetir invasão do Capitólio, mas diz que seu eleitor "sabe o que está em jogo e sabe como deve se preparar”
Em sua live desta quinta (7) nas redes sociais (foto), Jair Bolsonaro anunciou que vai convocar todos os embaixadores estrangeiros, na próxima semana, para alegar fragilidade das urnas eletrônicas e apontar falhas na atuação de três ministros do TSE (você adivinhou quais são: Edson Fachin, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes).
O presidente, incansável na tarefa de bater na mesma tecla, insiste em pôr em dúvida o processo eleitoral brasileiros, mesmo sem provas.
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