terça-feira, 12 de julho de 2022

O perigo das Low Costs

O neoliberalismo avança no Brasil. As mudanças na legislação não vêm de agora, e já possibilitou a entrada de algumas aéreas no país, mesmo que tenha sido através de aquisição, e que os nomes originais tenham sido mantidos.

Agora a situação se aprofunda, e empresas aéreas estão despontando no Brasil, e nem ao menos se utilizam do disfarce da aquisição de uma empresa nacional, ou do uso de um brasileiro como "testa de ferro" do "investimento" estrangeiro. 

E o grande problema desse processo é que eles começam reduzindo preços, e após o desaparecimento total das companhias nacionais, que não conseguem concorrer com tais preços, eles ficam com o mercado a sua disposição, e aumentam as tarifas sem melhorar serviços, conseguindo assim enormes lucros. Como acontece com todo e qualquer mercado oligopolizado ou cartelizado.

Nos EUA ou Europa esse processo é mais difícil de ocorrer porque a concorrência não é direta com as companhias tradicionais. As cias. de baixo custo têm que utilizar aeroportos secundários, antigos e de pior infraestrutura, muitas vezes localizados a dezenas de quilômetros das grandes cidades, o que implica em mais uma tarifa de taxi, van, ônibus, ou trem, um trajeto de, às vezes, 1 hora de duração, o que acaba por aproximar muito os preços entre as empresas.

No Brasil não temos essa infraestrutura, e a tendência é que a concorrência possa se fazer na manutenção das próprias aeronaves, e até mesmo na segurança dos voos.

Para completar estaremos, mais uma vez, abrindo nosso mercado para empresas estrangeiras, criando mais um passivo na balança de pagamentos, e colocando em risco empregos e soberania nacionais.


Brasil está preparado para low costs e 


viagens de avião muito baratas?

Alexandre Saconi

Colaboração para o UOL, em São Paulo

10/07/2022 04h00

Diversas mudanças recentes na legislação brasileira buscaram atrair novas aéreas para o Brasil e aumentar a concorrência. Desde a abertura para empresas com capital 100% estrangeiro operarem dentro do país até a flexibilização de regras para que novas companhias passassem a voar por aqui, o setor passou por uma série de mudanças nos últimos anos.

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