Tragédias por ação humana não costumam ser causadas por apenas um erro. O duplo homicídio de ontem se encaixa perfeitamente nesse caso. Um sujeito armado invade uma festa, dá dois tiros no aniversariante, e aí parece até música do Legião Urbana: "sentindo o sangue na garganta...deu 5 tiros no bandido traidor".
Mas apesar da romantização que a música deu ao submundo brasileiro que margeia nossa sociedade, de romântico isso não tem nada. A tragédia humana e social que isso carrega não corrobora com esse romantismo. E muito menos corrobora com a enxurrada de petistas insistindo na saída de Ciro Gomes da corrida eleitoral, em nome da vitória do ídolo deles.
Esse ídolo é um sujeito que já defendeu as agressões a Ciro e sua esposa Gisele durante uma manifestação contra Bolsonaro, e ainda colocou a culpa na vítima, como se sua posição política fosse motivo suficiente para sofrer tal agressão. Ainda no último sábado esse mesmo ídolo agradeceu por uma agressão a um cidadão. Essa agressão quase resultou na morte desse cidadão. E quase morrer não é exagero, porque numa situação daquelas a distância entre sobreviver e morrer não está numa ação controlada, mas no puro acaso.
Protestar contra o ídolo.
E dessa forma vemos que culpar o bolsonarismo é falsear a narrativa. Onde está a falsa simetria que alguns alegam? Sim, o 1º homem estava armado, só que o 2º também. E estava armado em sua festa de aniversário. Ótimo lugar para se ir armado; todos fazem isso, né?
Nessa polarização de ódios os correligionários correm a isentar seus líderes e lados, clamam pela inocência de suas posições e discursos, mas omitem suas responsabilidades de forma e conteúdo, tornando a simetria ainda mais real.
Isso foi feito na Amazônia no caso Bruno e Don, e agora é feito em Foz do Iguaçu no caso Marcelo e Jorge.
Tudo indica que ontem o motivo foi mesmo a polarização política. Mas enquanto os correligionários defendem suas posições frágeis de forma tortuosa e a massa fanatizada chega aos limites do derramamento de sangue por ideologias vazias de sentido para suas vidas reais, os verdadeiros líderes estão apenas disputando a oportunidade de serem eles os que irão entregar as riquezas, as vidas e os sonhos dos brasileiros para potencias estrangeiras e uma elite econômica que vê o Brasil apenas como um grande cofre em camadas, de onde retiram seus fartos quinhões a cada porta que abrem desse cofre.
Povo? Apenas aquele que seja minimamente necessário para abrirem essas portas. Para eles o resto pode se matar que está tudo certo, fazem até um favor.
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