segunda-feira, 25 de julho de 2022

Cláusula Anti-Lula?

O PDT, durante a convenção que lançou Ciro Gomes como o primeiro candidato a Presidência da República este ano, também aprovou uma resolução que proíbe que seus candidatos aos diversos cargos em disputa esse ano promovam candidatos que não sejam aprovados pelo próprio PDT, ou seja, os próprios candidatos do partido, e de suas coligações.

Podemos até dizer que essa seria uma cláusula anti-Lula, já que alguns candidatos pelo PDT já andaram flertando com o partido mais destruidor de democracia do país, ainda que o partido tenha dito que não é bem assim, que não vai levar isso a ferro e fogo, e que é mais para constranger do que para aplicar, me parece que a ideia é aplicar sim, ainda que esperem o final das eleições para isso.

Ora, isso porque me parece claro que o PDT luta não apenas para sobreviver, mas depois de 20 anos na sombra do petismo, se retraindo e reduzindo devido essa sombra, o partido finalmente parece estar disposto a não apenas recuperar o espaço perdido nesse tempo, mas também a alcançar uma importância que só teve lá no início de sua fundação, quando Brizola era forte e tinha controle e metas claros para o partido.

Para o PDT isso pode ser muito importante, como também para a militância que o partido começou a criar em 2018, e que se fortalece agora em 2022. Finalmente talvez o PDT comece novamente a se afirmar como partido, como força política (é o único que defende o Trabalhismo no país), e como agente efetivo do processo civilizatório do país.

Mas esse processo tem que ser feito com cuidado, porque sempre há o risco de se exagerar, e as boas ideias e intenções acabarem se perdendo pelo caminho.

Por Camila Zarur e Lucas Mathias — Brasília e Rio

 

Na convenção que oficializou a candidatura de Ciro Gomes à Presidência, foi homologada pelos 280 delegados da sigla uma resolução que tenta blindar o presidenciável do PDT e evitar palanques nos estados para adversários. Um dos artigos do documento condena a realização de “propaganda a favor de candidatos que não sejam os indicados pelas convenções nacional e estaduais” da sigla — uma espécie de “cláusula anti-Lula” para “intimidar os traidores e atrevidos”, já que o pré-candidato do PT ao Planalto já foi cortejado por postulantes a governador do PDT. Porém, segundo dirigentes do partido ouvidos pelo GLOBO, a resolução é mais uma ameaça do que algo que será cumprido à risca.



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